Ao contrário do que possa parecer, esse post não tem por objetivo
criticar o twitter ou o seu uso por essa ou aquela pessoa. Na verdade, estou
lançando mão de uma licença poética para, fazendo referência à principal
característica do twitter (o limite de 140 caracteres), falar sobre um
comportamento que tem se tornado comum no mundo corporativo: a abordagem
superficial de ideias, teses e eventos.
Minhas observações acerca do comportamento humano, em
especial em ambientes corporativos, têm sugerido que as pessoas de um modo
geral parecem ter uma necessidade quase que doentia (daí a ideia de dar o nome
de “síndrome’’) de expressar opinião sobre assuntos que não dominam, mesmo
quando o contexto exige profundidade.
Quantos de nós já não nos deparamos com alguma pessoa que,
depois de ter lido uma manchete sobre um evento qualquer, adentra pelos
corredores e salas como se estivesse apresentando um telejornal, emitindo
opiniões e informando detalhes que meia hora depois descobre-se não serem nada
além de fruto da imaginação fértil da criatura? Mas até aí tudo bem, pois o
prejuízo fica limitado apenas ao tempo perdido com aquela baboseira sem sentido
e desnecessária. O problema é quando você está buscando subsídios para tomar
uma decisão importante, e vem um cidadão que acabou de ler um ‘’tweet’’ postado
por um certo presidente de um certo país americano e bate à sua porta para
alertá-lo sobre a eminência da eclosão da terceira guerra mundial, e fornecendo
detalhes como se tivesse acabado de sair de uma reunião secreta com o G7.
À primeira vista pode até parecer hilário e inofensivo, mas
na minha opinião é um comportamento bizarro, pois parece ser motivado pelo
desejo de exposição constante, logo, tem a ver com ego/necessidade de status.
Porém, na prática acaba configurando auto sabotagem, visto que expõe a pessoa a
um enorme risco de sua imagem/reputação, pois como já foi dito por Abraham
Lincoln: "Você pode enganar uma pessoa por muito tempo; algumas por
algum tempo; mas não consegue enganar todas por todo o tempo".
O curioso, para não dizer perigoso, é que esse comportamento parece ser
socialmente aceito e raríssimas vezes alguém tem a coragem, para não dizer
bondade, de colocar essas pessoas em cheque contestando suas teses ou
contrapondo seus argumentos com fatos e dados que estão ao seu alcance. Digo
bondade, pois sou de um tempo em que maus hábitos se corrigiam com puxão de
orelha, e não com indiferença. Afinal, que tipo de profissionais estaremos
ajudando a formar se incentivarmos as pessoas a nossa volta a ficarem apenas na
superfície?
Jorge, perfeito! Temos que promover capacidade de reflexão. Pensar é preciso numa sociedade onde se viver de clichês!
ResponderExcluirExatp!
ExcluirObrigado.
Abs