quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Não basta só acreditar que é possível

Em tempos turbulentos como os que estamos experimentando atualmente, não passa um dia sequer sem que alguém do nosso relacionamento poste nas redes sociais alguma mensagem motivacional do tipo “só vence quem realmente acredita que pode vencer” ou então, “ele não sabia que era impossível, foi lá e fez”.

Não quero aqui desqualificar esses e tantos outros mantras da vida moderna, pois também acredito no efeito placebo que eles exercem sobre nós. No entanto, me preocupa que algumas pessoas acabam se posicionando de forma passiva, quase que religiosa, frente às adversidades da vida, apostando todas as suas fichas apenas na crença, esperando que um simples ato de fé mova montanhas.

É verdade que para vencer é preciso antes de mais nada acreditar que a vitória é possível. Porém, é preciso fazer dessa crença um plano de ação consistente e executá-lo! Apenas crer, por mais importante que seja, não vai por si só nos levar a vitória. Acreditar é apenas o impulso inicial. O sucesso e a vitória vêm de fato daquilo que fazemos após esse impulso. 
Nosso saudoso ídolo (digo “nosso” por considera-lo uma unanimidade) Ayrton Senna, acreditava muito na sua capacidade de vencer. Acreditava tanto, que certa vez, chegou a dizer que tinha "necessidade" de vencer. Porém, o sucesso indiscutível do nosso grande ídolo foi forjado a ferro e fogo. A sua fé, foi apenas o motor de arranque que o impulsionou. A partir daí sua determinação e obstinação é que foram o verdadeiro combustível que alimentou sua trajetória vitoriosa (desculpem o jogo de palavras associadas ao automobilismo, mas julguei apropriado dada a referência feita ao ídolo maior desse esporte). 
Também não usei a palavra determinação à toa. Determinação, que vem do latim Determinare, que significa "definir um limite, um fim para algo", é, na minha opinião, o predicado que de fato torna as pessoas capazes de realizar grandes feitos. 
Pessoas determinadas são capazes de estabelecer limites que vão além do que é convencional, do que é óbvio. E, nesse exercício de enxergar além do óbvio, essas pessoas enxergam claramente os desafios que terão que enfrentar para atingir seus objetivos e se preparam para o embate, enxergam também as renuncias que terão de fazer e aceitam pagar o preço sem culpa e tão pouco auto piedade. E é isso que as torna capazes de realizar coisas que vão além daquilo que muitos julgam ser possível.
Cabe aqui, fazer referência a um artigo do professor Abilio Diniz, que de certa forma me inspirou a escrever sobre esse tema que tem rondado meus pensamentos. Eis o link para o artigo do mestre: 

A essa altura, alguns de vocês já devem estar pensando: então é fácil, baste acreditar no "próprio taco" e ser determinado que a vitória está garantida. Só que não (risos). Por mais fé que tenhamos, por mais certos que estejamos dos nossos propósitos e por mais determinados que sejamos, "Deus e o diabo jogam dados", e como em todo jogo de dados, o acaso por muitas vezes define o sucesso ou o fracasso. Mas até mesmo quando os resultados são definidos pelo acaso, a determinação faz a diferença. Pois as pessoas realmente determinadas não se deixam abater pelas derrotas. Elas seguem tentando a vitória. Movidas pela certeza de que ao final, se não atingirem o seu propósito, ao menos terão combatido um bom combate.